ATA DA VIGÉSIMA TERCEIRA REUNIÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 30.12.1998.

 


Aos trinta dias do mês de dezembro do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Clovis Ilgenfritz, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Dib, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz e Reginaldo Pujol, Titulares. Ainda, durante a Reunião, compareceram os Vereadores Carlos Alberto Garcia e Juarez Pinheiro, Titulares, e Elói Guimarães, Guilherme Barbosa e João Carlos Nedel, Não-Titulares. Constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas das Décima Oitava, Décima Nona e Vigésima Reuniões Ordinárias e da Ata Declaratória da Vigésima Primeira Reunião Ordinária, que deixaram de ser votadas face à inexistência de "quorum" deliberativo. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 488, 500, 501, 502 e 503/98, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 36/98, do Senhor Délcio Pauli Balardin, Presidente da Câmara Municipal de Cachoeira do Sul/RS; 458/98, do Senhor Heitor José Shuch, Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul; 3690, 3799, 3842, 3851, 3864 e 3866/98, do Senhor Gilberto Mussi, Chefe da Casa Civil Adjunto do Estado/RS; 15775/98, da Senhora Maria Emília Rocha Mello de Azevedo, Secretária de Política Urbana do Ministério do Planejamento e Orçamento; s/nº, do Senhor Israel Lapchik, Presidente do Conselho dos Cidadãos Honorários de Porto Alegre. Às nove horas e cinqüenta minutos, o Senhor Presidente declarou suspensos os trabalhos, nos termos regimentais, sendo reabertos às onze horas e dois minutos, constatada a existência de "quorum" deliberativo. Em COMUNICAÇÃO DE PRESIDENTE, o Vereador Luiz Braz discorreu acerca de denúncias divulgadas ontem pela imprensa, quanto a possíveis irregularidades administrativas junto ao Gabinete da Vereadora Annamaria Gularte. Relatou reunião realizada pela Mesa dos trabalhos, juntamente com o Colégio de Líderes e demais Vereadores, quando ficou decidida a formalização, pelo Colégio de Líderes, de pedido de maiores investigações acerca das denúncias referidas, com a análise, pela Mesa, do material divulgado pela imprensa, a ouvida da defesa da Vereadora envolvida no assunto e a tomada das medidas necessárias para o completo esclarecimento da questão. Na oportunidade, face Questão de Ordem do Vereador Reginaldo Pujol, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca das atividades realizadas por este Legislativo durante o período de Comissão Representativa. Também, o Senhor Presidente informou ter recebido da Liderança do PSDB solicitação para reunião do Colégio de Líderes, hoje à tarde. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib reportou-se ao pronunciamento do Vereador Luiz Braz, acerca de possíveis irregularidades administrativas no Gabinete da Vereadora Annamaria Gularte. Teceu considerações acerca dos recursos arrecadados pelo Executivo Municipal durante o corrente ano, questionando, também, gastos públicos efetuados com publicidade e propaganda e formas de pagamento destas despesas. Desejou a toda a comunidade porto-alegrense um feliz ano novo. O Vereador Cláudio Sebenelo comentou notícias referidas pelo Vereador Luiz Braz, de denúncias contra integrante de seu Partido, destacando o posicionamento do PSDB, favorável a um total esclarecimento desta situação, com amplo direito de defesa à Vereadora envolvida. Ainda, referiu-se à explosão ocorrida em fábrica clandestina de fogos de artifício, registrando que encaminhará projeto acerca da fabricação e venda deste material em Porto Alegre. Após, nos termos do artigo 94, § 1, letra "f" do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Clovis Ilgenfritz, que registrou seu licenciamento deste Legislativo, a partir do dia primeiro de janeiro do próximo ano, para ocupar o cargo de Secretário Estadual de Coordenação e Planejamento. Agradeceu o apoio recebido durante sua atuação na Casa, tecendo considerações acerca das mudanças ocorridas na Câmara Municipal de Porto Alegre durante o período em que integrou este Parlamento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Lauro Hagemann discorreu sobre os trabalhos realizados pela Casa durante o corrente ano. Comentou alterações políticas a serem verificadas em mil novecentos e noventa e nove, a nível federal, estadual e municipal, desejando a todos um feliz ano novo. O Vereador Guilherme Barbosa apoiou o completo esclarecimento das denúncias divulgadas ontem pela imprensa, contra integrante da Casa, apoiando o encaminhamento dado ao assunto pela Mesa dos trabalhos. Falou sobre a posse, dia primeiro de janeiro do próximo ano, dos Senhores Olívio Dutra e Miguel Rossetto no Governo Estadual e desejou a todos um bom mil novecentos e noventa e nove. O Vereador Carlos Alberto Garcia congratulou-se com os Vereadores que irão integrar os Executivos Estadual e Municipal, a Assembléia Legislativa e a Câmara dos Deputados a partir do próximo ano, desejando-lhes sucesso durante suas futuras atividades. Também, formulou votos de um feliz mil novecentos e noventa e nove. O Vereador Reginaldo Pujol apoiou a posição da Mesa dos trabalhos quanto a denúncias efetuadas pela imprensa contra a Vereadora Annamaria Gularte. Discorreu acerca das atividades deste Legislativo e atentou para dificuldades observadas no abastecimento de água em algumas regiões da Cidade. Ainda, formulou sua confiança na atuação a ser exercida pelos Vereadores que deixarão este Legislativo para integrar o Executivo Estadual e para assumir cargos na Assembléia Legislativa e na Câmara dos Deputados. O Vereador Elói Guimarães desejou um feliz mil novecentos e noventa e nove para todos. Reportou-se às denúncias divulgadas pela imprensa contra a Vereadora Annamaria Gularte, propugnando pelo amplo esclarecimento do assunto. Referiu-se à posse, dia primeiro de janeiro do próximo ano, dos Senhores Olívio Dutra e Miguel Rossetto no Governo Estadual. Às doze horas e dezesseis minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Luiz Braz, Clovis Ilgenfritz e Isaac Ainhorn e secretariados pelos Vereadores Juarez Pinheiro e Reginaldo Pujol. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Por sugestão do Ilustre Presidente Ver. Luiz Braz e do Ver. Isaac Ainhorn, nós estamos suspendendo a Sessão por alguns minutos, para alguns entendimentos entre a Mesa Diretora e as Lideranças, que estão sendo convocadas neste momento, para uma reunião no Salão Nobre da Presidência. A Sessão será retomada sob a Presidência do Ver. Luiz Braz. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 09h50min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz - às 11h02min): Havendo quórum, reabrimos os trabalhos da presente Sessão. Eu solicito ao Ver. Clovis Ilgenfritz que assuma a Presidência dos trabalhos, pois vou fazer uma Comunicação de Presidente.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Presidente.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, nós estamos saindo de uma reunião de Líderes e Mesa Diretora da Casa, para discutirmos um assunto que, desde a tarde de ontem, tomou conta de praticamente todos os noticiários, de rádio e televisão, e hoje é notícia estampada em páginas de jornais.

O fato se deveu a uma denúncia que foi feita, ontem, em um programa da RBS TV, onde uma Vereadora deste Legislativo estava sendo acusada de proceder de forma irregular e, de acordo com os denunciantes, fazendo com que os fatos elencados colocassem esta Casa na difícil posição de ter que investigar com maior profundidade para saber realmente de toda a verdade e tomar as medidas necessárias. Depois da notícia publicada fui chamado por diversas emissoras para dizer qual seria o procedimento da Casa. Todas as vezes em que me pronunciei esclareci que o procedimento da Casa seria reunir a Mesa Diretora, pois um assunto dessa relevância deve ser tratado pela Mesa Diretora.

Hoje, tivemos a felicidade de reunirmos, não apenas a Mesa Diretora, mas representantes de todas as Bancadas que têm assento nesta Casa, demonstrando o interesse de todos os Vereadores em resolver essa questão da melhor forma possível e, prioritariamente, preservar a imagem da Instituição, mas também colocando bem claro que não estamos, com essas nossas primeiras atitudes, querendo punir alguém por antecipação, ou querendo já condenar antes mesmo que o processo possa ser iniciado.

Os Vereadores reuniram-se nesta manhã - faço essa declaração porque sou Presidente desta Casa até segunda-feira, quando passarei as minhas funções para o Ver. Nereu D Ávila - e resolveram, atendendo até mesmo a solicitação dos Vereadores vinculados à Bancada do PSDB, à qual também está vinculada a Ver. Annamaria Gularte, que o Colégio de Líderes da Casa irá atender à processualística ditada pela Comissão de Ética.

Esse Colégio de Líderes vai formalizar o pedido para que a Mesa Diretora possa tomar as providências de, em primeiro lugar, requisitar a fita que está de posse da RBS da qual foi publicada apenas uma parte, no dia de ontem, para que a fita possa ser imediatamente enviada a esta Casa para ser analisada pela Mesa Diretora. De posse dessa denúncia e desses dados, e de acordo com o que manda o Código de Ética, deverá ser aberto um prazo de cinco dias para que a Vera. Annamaria Gularte, que está sendo vítima de todas essas acusações, possa defender-se dentro do processo, enviando para a Mesa Diretora todas as suas razões.

De posse das acusações, das denúncias e de todo o material que foi colocado à disposição da RBS pelos denunciantes, e de posse das razões que serão elencadas pela Vereadora denunciada, a Mesa Diretora desta Casa tomará a primeira deliberação de prosseguir os trabalhos dentro da Comissão de Ética, se achar que, realmente, essas denúncias são relevantes, e é a Comissão quem vai estabelecer se são ou não relevantes.

Se a Mesa achar que essas denúncias são relevantes, ela vai prosseguir com esses trabalhos que deverão chegar, depois, até este Plenário maior ou poderá decidir por outros caminhos, porque ela é quem tem todas as condições de estabelecer os rumos dos trabalhos.

Acredito que foi uma posição bastante madura de todos os Vereadores da Casa que, logo de início, demonstraram todo o interesse de averiguar a verdade dos fatos e, antes de mais nada, preservar a imagem desta Casa, que tem uma história de 225 anos; de fazer ver, a nossa sociedade, que a Vereadora, que está sendo denunciada, não foi condenada, está sendo vítima de um processo, e esse processo tem que chegar ao seu final para que o Plenário possa tomar todas as suas deliberações.

Acredito que, por derradeiro, deixarmos bem claro para essa sociedade, a qual representamos, que ela pode confiar em seus representantes, que ela pode ter certeza da dignidade de todos aqueles que estão aqui e de um desejo ardente de fazer as coisas para que os fatos possam ser evidenciados, para que a verdade possa vir à tona, para que injustiças não sejam cometidas, para que esta Casa possa ter preservada a sua história, preservada como instituição e com relação ao seu futuro e aos trabalhos que ela tem que desenvolver como representante de toda a sociedade.

Foram esses os assuntos tratados na reunião entre a Mesa Diretora e os senhores Líderes. Será expedida uma nota para imprensa para corrigir distorções da denúncia que procurou fazer com que os Vereadores desta Casa, por causa da denúncia, ficassem até numa posição constrangedora diante da sociedade, dizendo que esta Casa, além do salário dos Vereadores, recebe também uma verba de gabinete a mais que pode ser manuseada da forma como bem entender. É mentirosa essa afirmação e, como jornalista, eu me envergonho que algum companheiro meu possa usar de artifícios tão baixos e mesquinhos para tentar atingir toda a Instituição. Todos estamos interessados em averiguar a verdade dos fatos, mas não posso acreditar que exista uma só pessoa nessa sociedade que queira explodir com esta instituição. E o fato, quando ele é mentiroso, quando ele não é bem averiguado, quando ele é divulgado de maneira errônea, pode atingir a Instituição e pode causar malefícios muito maiores do que o repórter, que divulgou a nota, possa até imaginar que possa causar.

É claro que a verdade tem que ser divulgada, a verdade sempre tem que vir à tona, mas a mentira, também, ela tem que ser evidenciada, até para que nós não fiquemos aqui reféns de denúncias falsas e de possíveis mentirosos que podem estar incrustados em qualquer setor da sociedade. E, até mesmo no meio da classe a que eu pertenço, que é a dos jornalistas. Então, não vamos, aqui, de forma alguma, ficar reféns das denúncias. Vamos esclarecer os fatos, porque precisamos fazer isto e porque é da processualística da Casa, do Código de Ética, que assim seja feito.

Lamentamos que, junto com o fato denunciado, tenha vindo uma mentira que acabou colocando todos os Vereadores numa posição até difícil de ser explicada para a sociedade. Mas eu faço neste instante um esclarecimento: nós não recebemos, aqui, nenhuma verba de gabinete para ser manuseada, naquele valor de 6 mil e 300 reais. Nenhum Vereador desta Casa recebe verba neste montante para ser distribuída com quem quer que seja. É mentiroso o fato, é mentirosa a notícia. E nós não podemos, na verdade, tratar este assunto de uma forma diferente. Não posso dar uma resposta a quem conta uma mentira numa emissora de televisão e em jornais de maneira diferente. Vão ter sempre em mim um defensor da verdade, da justiça, da honestidade, daquilo que é mais correto, mas vão ter sempre em mim um adversário quando tentarem atingir esta Casa com fatos mentirosos, com notícias mentirosas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Presidente, ocorre que nós estamos numa reunião da Comissão Representativa e, como os demais atos da Câmara, este também é objeto de uma transmissão da TV Câmara que é levado aos lares de centenas e milhares de famílias gaúchas, porto-alegrenses, especialmente. Ao mesmo tempo, nós temos o nosso painel eletrônico que fica anotando ausência de pessoas que não tinham a obrigação de estar, hoje, aqui, presentes.

Então, eu gostaria que V. Exa. promovesse este esclarecimento de que hoje se realiza uma reunião exclusivamente da Comissão Representativa e inúmeros nomes de colegas, que não constam no painel como aqui presentes, mais precisamente dezesseis Vereadores, não deveriam estar presentes por não integrarem a Comissão Representativa.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Aceitando a Questão de Ordem do Ver. Reginaldo Pujol, esclareço que, a partir de 15 de dezembro até 15 de fevereiro, estamos no período de recesso, que significa recesso de Sessões Plenárias – plenas – ou seja, para a análise, e votação de projetos de lei e projetos de resolução. No mais, a Câmara permanece com todos os seus organismos funcionando, inclusive, com a Comissão Representativa eleita pelos respectivos partidos no início da Legislatura, que é formada pela metade mais um do total de 33 Vereadores, ou seja, a Comissão Representativa é composta de 17 Vereadores que fazem presença e respondem à chamada, representam os demais Vereadores.

A Comissão Representativa trabalha vários assuntos como: requerimentos, processos que são atinentes a este momento de trabalho da Câmara. Por outro lado, deixo claro que os outros 16 Vereadores, que não estão como titulares da Comissão Representativa, - são os suplentes -, têm o direito de participar com direito a voz nas Reuniões Representativas, mas não votam, a não ser na ausência do Titular. Hoje, por exemplo, alguns suplentes nos honram com a sua presença, como os Vereadores João Nedel, Guilherme Barbosa, Elói Guimarães. A Comissão Representativa funciona com um quórum de metade mais um dos dezessete, ou seja, nove Vereadores.

Espero que a sociedade de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul que nos ouve conheça, cada vez melhor, o funcionamento da Câmara. Principalmente quanto a questão que sempre se coloca que o Legislativo está em recesso, passando a idéia de que não está fazendo nada, não é verdadeiro porque todas as Comissões, todos os setores da Câmara funcionam integralmente, no horário normal. Não há nenhuma outra norma a não ser a suspensão por dois meses das Sessões Plenárias para votações, em Plenário, de projetos de lei, nesse período de verão, assim como no período de meio do ano, com 30 dias de suspensão. No mais, tudo funciona com total regularidade e com total transparência.

Penso que ao se esclarecer esse assunto, é bastante complexo, mas a população vai nos ajudar a esclarecer as más notícias que são colocadas, que dizem: “Vocês estão em recesso, não estão fazendo nada”. Pelo contrário, os Vereadores, nesta época, têm as suas visitas à população, têm intercâmbio de projetos com o Governo, com outros setores da sociedade, se preparam para o novo momento e não há a estagnação, que muitas vezes é colocada de forma pejorativa na imprensa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Quero informar que recebi da Liderança do PSDB a solicitação que as Lideranças se reunam, na parte da tarde, hoje, aqui na Casa. A Liderança do PSDB faz questão de oferecer esse documento de denúncia para que seja formalizado na Mesa Diretora a denúncia no processo da Comissão de Ética. As Lideranças da Casa estão convocadas para hoje, à tarde, estar presentes juntamente com a Liderança do PSDB.

Com a palavra o Ver. João Dib para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o nosso Presidente, Luiz Braz, colocou perfeitamente bem o “affaire” Annamaria Gularte. As Lideranças e a Mesa procurarão buscar o mais rápido possível, a solução para este problema que pode, sem dúvida alguma, atingir toda a Casa. Mas a Vera. Annamaria Gularte terá a oportunidade de fazer a sua defesa, de dizer a sua verdade.

Mas, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós chegamos ao término do ano e gostaríamos de deixar registrado aqui que, mesmo não conhecendo o fluxo de caixa da Prefeitura, - que nos é negado sistematicamente, - e, agora, solicitado ao Governo do Estado, nós podemos fazer um acompanhamento razoável do Orçamento do ano de 1998.

O Orçamento estava projetado para uma arrecadação de 769 milhões e 404 mil reais. No mês de novembro, a Prefeitura já havia arrecadado 779 milhões e 583 mil reais. A Prefeitura, que chora todos os dias que não tem recursos, que o Governo Federal lhe retira recursos, vai chegar a um Orçamento de cerca de 850 milhões de reais, como muitas vezes eu já afirmava desta tribuna. As transferências do Governo Federal para a Prefeitura estavam estimadas em 472 milhões de reais, já em novembro estavam num total de 512 milhões de reais. A famosa Lei Kandir transferiu para a Prefeitura quase 12 milhões de reais e a Prefeitura reclama sempre que não recebe.

O FUNDEF, o Fundo de Estabilização Fiscal, transferiu para a Prefeitura 26 milhões de reais, em números redondos. Mas, o que me preocupa, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr. Presidente da Comissão de Finanças Ver. Adeli Sell, Ver. João Motta, é que a Prefeitura, para publicidade, no seu Orçamento, tinha 5 milhões 817 mil e 600 reais. Tenho absoluta convicção que gastará acima de 12 milhões, mas como sou atento, vejo que não houve suplementação para publicidade, durante o ano, e eu gostaria de saber como será paga toda essa publicidade feita durante o ano. Só no “Cidade Viva” a Prefeitura deve ter consumido 5 milhões, 818 mil e 600 reais, que era sua verba total. Mas têm os jornais da Prefeitura, têm os cartazes da Prefeitura, os jornaizinhos das secretarias, e por aí se vai.

Matéria esta que precisa ser colocada na Comissão de Finanças para um perfeito elucidamento e não como fez o Secretário que nos deixa, Arno Augustin, que nunca nos deu fluxo de caixa e, agora, exige fluxo de caixa. É bom saber como dói pedir uma informação e não receber. Parece que ele não a está recebendo agora. Apesar de que, no fim do mês, amanhã, o Secretário da Fazenda, que sai, parece prometer todos os dados numéricos para que o novo secretário possa fazer um bom governo, e eu desejo que consiga.

Talvez seja esta a nossa última Reunião deste ano, e eu não posso perder a oportunidade de dizer que desejo a todos os Vereadores, a todos os servidores da Câmara, a todos os servidores municipais, à população porto-alegrense em especial, um Ano Novo cheio de venturas, cheio de felicidade, e a todos eles digo com todo carinho: saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Aproveito para desejar ao Ver. João Dib um ano muito feliz, e que “saúde e paz” possam se estender sobre todos nós e sobre toda a sociedade.

O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna para, em primeiro lugar, assegurar à sociedade de Porto Alegre que o PSDB, através de sua burocracia partidária, garantirá a mobilização de todos os recursos estatutários e jurídicos no sentido da averiguação e esclarecimento completo das denúncias do noticiário a respeito da Vera. Annamaria Gularte. E com isso penso estar dando uma satisfação à sociedade e, principalmente, tentando fazer justiça, impedindo qualquer atitude preconceituosa, ou prejulgamento, assegurando à Vereadora todos os seus direitos de defesa.

Ressaltada essa posição do Partido, através do seu Presidente Estadual, Ver. Antonio Hohlfeldt, e seu Presidente Metropolitano, aqui presente, Dário Bertoy, estamos conscientes de que agiremos, em todo o processo, com a maior lisura, transparência e tudo o que for necessário para o devido esclarecimento, sem prejuízo da justiça e sem qualquer excesso.

Do ponto de vista de liderança, hoje, quero me reportar ao acidente de dez dias atrás numa cidade do interior da Bahia, onde foram mortas mais de trinta pessoas e alguns, ainda, em perigo de vida, com a explosão de uma fábrica de foguetes. É inconcebível que na sociedade local ainda se use para festejos explosivos altamente danosos aos indivíduos e ao meio ambiente e à audição das pessoas, mesmo que se trate de um processo cultural, como é o caso dos açorianos que costumam tratar suas festas com o espocar dos foguetes.

Nós estamos encaminhando um projeto de lei, proibindo a fabricação, a venda, o uso preventivo de qualquer tipo de explosivo, seja em festejo, seja em saudação. Existem outros modos de se manifestarem, barulhentamente e até alegremente, a euforia do inconsciente coletivo. Socialmente, é inconcebível que se aceite, hoje, uma incidência tão alta em nosso Pronto Socorro, especialmente, no finais de ano e nas festas de dezembro. Que ainda haja uma alta incidência de pessoas com perda da mão, com incapacitação, muitas vezes, impossibilitando-as a desenvolver suas atividades profissionais, porque, numa festa, ao tentar espocar um foguete, sofreu uma lesão irreversível. Isso é extremamente freqüente, já houve toda tentativa possível em termos de educação, de mensagens através da mídia e, cada vez mais, aumenta o número de pessoas com esse gravame, que as festas trazem, à integridade física das pessoas. Isso é insuportável.

Parece-nos que apenas uma medida preventiva será saneadora: nós temos que proibir a fabricação de foguetes, nós temos que proibir a venda e a circulação e considerá-las, no Município de Porto Alegre, uma agressão ao ambiente, à audição, mas principalmente, às pessoas que vêem a sua mão perdida ou inabilitada para todos os trabalhos que exigem psicomotricidade fina. Nós não podemos concordar com isso e lutaremos, enquanto tivermos este tipo de representação, para que haja essa proibição na Cidade de Porto Alegre. Não se alegrem aqueles que pensam que a fabricação de foguetes gera empregos para as pessoas. Não! Gera desgraça, gera infortúnio de muitas pessoas num número crescente e assustador. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos, nos termos do artigo 94, § 1, letra “f”, do Regimento, tempo Especial ao Ver. Clovis Ilgenfritz, que assumirá na Secretaria do Planejamento do Estado. Só por esse motivo já se justifica que o nosso ex-Presidente da Casa utilize este Tempo Especial.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Quero agradecer ao Presidente Luiz Braz, ao Secretário Juarez Pinheiro pela decisão de fornecer Tempo Especial a este Vereador. Gostaria de me dirigir a todos os Vereadores, aos funcionários da Casa e dizer que, de fato, nesta Reunião Representativa, eu não estou me despedindo definitivamente da Casa, mas temporariamente deste Parlamento, uma vez que continuo pertencendo à Câmara como Vereador. É um título que foi outorgado a mim pela população e que muito me orgulha. Por ser Vereador e ter um trabalho longo nesta Casa, aprendi muito e, quem sabe, por isso mesmo, os nossos companheiros da Frente Popular que hoje assumem o Governo, sob a coordenação de Olívio Dutra e Miguel Rosseto e, também, os partidos aliados da Frente Trabalhista, tiveram por bem escolher esta pessoa que por tanto tempo está aqui na Câmara para assumir essa difícil tarefa de contribuir como Secretário de Coordenação e Planejamento do futuro governo que se instala, a partir do dia 1º de janeiro, no nosso Estado.

Eu quero dizer que me sinto em condições de responder a esse desafio, apenas porque considero que continuarei a receber o apoio e a colaboração de todos aqueles de quem sempre tive; e que me ajudaram a chegar a este momento.

Quero dizer que devo ser, como ex-funcionário da Câmara, um dos antigos aqui dentro. Desde 1984 fui um dos assessores, a convite da Câmara, mesmo que o nosso Partido, o PT, já tivesse, aqui, o Ver. Antonio Hohlfeldt, o primeiro Vereador eleito na Bancada do Partido. Antes nós tivemos o Ver. Antônio Cândido, o Bagé, nosso companheiro de primeira hora que assumiu a nossa legenda - o Bagé atuou num momento histórico desta Casa. Em 1984 e, em alguns períodos subseqüentes, aqui estive a convite de ex-Presidentes, Ver. André Forster e, também, do Ver. Brochado da Rocha e do Ver. Valdir Fraga. Depois, fui eleito Vereador, continuei nesta Casa. Em 1989, eleito Vereador, fui convidado para Secretário do Planejamento no Município, no Governo pioneiro da nossa agremiação, do PT e da Frente Popular, também, com Olívio Dutra. Em meados de 1990 voltei para esta Casa, exercendo a vereança até o dia de amanhã, quando me licenciarei para ir à posse, no dia primeiro, do Governador e dos Secretários.

Quero dizer que em 1997 tive coroada toda uma trajetória com a honra de ter sido eleito Presidente, por um ano, desta Casa, junto com excelentes companheiros de Mesa que foram absolutamente os responsáveis, junto comigo e com os demais membros da Casa, pelos trabalhos que realizamos; em nome da nossa Bancada participou, também, da Mesa, o Ver. Guilherme Barbosa.

Quero dizer que este momento é de emoção, porque estou saindo da Câmara depois de tantos anos, após ter participado por seis vezes da Mesa Diretora e de ter conseguido, no ano passado, junto com os meus companheiros, junto com os Partidos desta Casa, com o apoio de todos os Partidos e com apoio dos funcionários, - isso foi fundamental no processo -, introduzir algumas inovações. Aperfeiçoamos outras, que vinham sendo feitas por Presidentes anteriores, e que, agora, estão sendo seguidas pela atual Mesa Diretora, da qual eu tenho a honra de ser o 1º Vice-Presidente. Na Presidência está o Ver. Luiz Braz.

Houve grandes empreendimentos, como na área da informática, na área de conclusão das obras desse prédio, que há tantos anos estavam sendo necessárias; estrutura do quadro funcional, estrutura do seu organograma de cargos e funções da Casa; a introdução de aspectos ligados à cultura através do Memorial e de outros aspectos que foram colocados aqui, uma visão da Câmara na comunidade, da comunidade na Câmara que vem se acentuando cada vez mais, democratizando o Poder Legislativo. Hoje a Câmara é utilizada centenas de vezes por ano, por entidade do movimento social e comunitário, representações das mais amplas camadas da população e também a instalação da TV Câmara, que hoje transforma a nossa participação de Plenário em algo absolutamente transparente. Orgulha-nos o fato de sermos assistidos, e de ouvir comentários sobre tudo que faz cada Vereador e o que faz a Câmara como Instituição.

Quero agradecer imensamente a minha Bancada, através da Liderança da Vera. Maria do Rosário, aos colegas do Colégio de Líderes e a todos os Vereadores, ao atual Líder da Bancada do PT, Ver. Guilherme Barbosa. Também agradecemos à coordenação da nossa Bancada, que fez um trabalho excepcional durante os últimos 10 anos, na pessoa da Marlova Finger, que representa um grupo enorme de pessoas que revezou-se e trabalhou, alguns de forma anônima. Quero agradecer ainda aos meus companheiros de gabinete; alguns me acompanham desde o início, como é o caso do arquiteto Paulo Soares, da Denair Guzon, da Rosane da Silva, da Karina Piccoli, do Dilamar Machado - o Kiko -, e do Jorge Duarte. São pessoas que estão, no momento, colaborando nesse gabinete; mas outras pessoas passaram por ali durante esse período.

Agradeço imensamente, e levo um carinho especial que não sei quando poderei retribuir, aos funcionários desta Casa. Eu me sinto um funcionário-Vereador, sempre tive orgulho de ter sido um colega de todos os que estão servindo esta Casa, que são um exemplo nacional para outras Câmaras de Vereadores. Inclusive, do Cone Sul - Buenos Aires e Montevidéu -, vêm comitivas aqui discutir com o nosso quadro funcional e com suas entidades.

Todos os órgãos que representam os funcionários - SINDICÂMARA, ABECAPA, GECAPA, têm sido chamados para colaborar no aperfeiçoamento do Poder Legislativo de outros municípios. Eu, inclusive, fui convidado para dar uma palestra na Assembléia Legislativa de Santa Catarina. Eu me senti surpreso por ser um Vereador convidado pelos Deputados daquele Estado para fazer uma palestra sobre o funcionamento do Parlamento. Isso, para nós, é motivo de orgulho.

Hoje estamos enfrentando um revés por uma denúncia que foi feita na televisão, na rádio e nos jornais, sobre uma colega Vereadora e estamos tendo a oportunidade de, mais uma vez, voltar ao público e dizer o quanto esta Câmara tem lisura, tem uma visão franciscana das atividades, das suas questões financeiras, e tem o orgulho de ser um Parlamento altamente representativo, isso, graças aos Vereadores e aos funcionários da Casa, aos quais eu agradeço. Agradeço à Mesa Diretora, aos Vereadores e a todos que me ajudaram a aprender, a construir e espero que possa levar esses conhecimentos ao Governo Olívio Dutra, nos próximos anos, na Secretaria de Coordenação e Planejamento que estará aberta a todos, onde teremos o maior prazer em receber a visita dos Vereadores e dos funcionários.

Obrigado, um bom ano e, como diz meu companheiro de partido, Olívio Dutra: “Boa luta para todos”, com muita energia, muita renúncia e muita ousadia para que possamos resolver ou ajudar a resolver os problemas do nosso Estado e do nosso País. Um abraço de bom ano a todos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na undécima hora do ano que se vai, é preciso que se venha a esta Tribuna para reafirmar os compromissos com a cidade, que ficaram, em 1998, um pouco postergados, principalmente em relação àquilo que era a maior aspiração da Casa, dos setores fundamentais e da própria cidade que era o novo Plano Diretor.

Nós assumidos e reafirmamos o compromisso de que logo ao se reiniciarem os trabalhos legislativos de 1999 retomaremos o processo. Mas venho à Tribuna para dizer que, embora o balizamento da sociedade brasileira para o próximo ano seja um dos mais austeros, para não dizer outra palavra, devemos, nós homens públicos, transmitir uma palavra de confiança e, sobretudo, de uma ação positiva de todos nós no sentido de sairmos dos problemas e nos livrarmos dos problemas que hoje nos atingem.

Embora dissabores de ordem pessoal, o homem público tem que falar para a sociedade, e é nesse sentido que me dirijo hoje, através da TV Câmara, dizendo que esta Casa vai continuar sendo a referência da Cidade de Porto Alegre. Nós teremos, a partir de sexta-feira, um novo Governo Estadual; teremos a partir de segunda-feira uma nova Mesa Diretora nesta Casa; teremos novos governantes, novas figuras, novas mentalidades e é preciso uma grande capacidade inventiva de todos nós para que transponhamos esse momento mágico da humanidade, que é o fim do Século, o fim do milênio, porque isso tem uma característica mística, e mítica, que nos envolve a todos e às vezes somos influenciados por isso, intuitivamente, sem que a gente se dê conta.

  Por isso, Srs. Vereadores, desejo a cada um os melhores votos de um Feliz Ano Novo para todos que estejam nos ouvindo; para os correligionários de todos os Partidos aqui representados; enfim, para a Cidade de Porto Alegre, e que 1999 nos seja leve. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero registrar, aqui, com relação ao assunto que os jornais de hoje trazem com destaque, em relação a uma Vereadora desta Casa, que a nossa Bancada quer, e fará todo o esforço possível, que o assunto seja completamente esclarecido. No entanto, nós achamos que a acusação não significa, necessariamente, condenação, há que ter um processo de avaliação, um processo de defesa da pessoa acusada e, no final desse processo, se faça, realmente, uma avaliação portanto, sem pressa, sem pré-julgamento. Que tudo seja esclarecido até o fim. Nós concordamos com o processo que a Mesa Diretora, junto com as lideranças, numa reunião há pouco ocorrida, encaminhou. É exatamente isso o que devemos fazer: usar de firmeza, mas sem correria.

Eu quero também, nesse tempo de nossa Bancada, registrar que, daqui a dois dias, assume o novo governador do Estado do Rio Grande do Sul, nosso companheiro e amigo, construtor do nosso partido, desde antes da sua existência há quase 19 anos: Olívio Dutra. Junto com outros partidos construímos uma aliança forte, coesa; fizemos uma campanha inesquecível; enfrentamos um adversário para quem sobrava dinheiro, um adversário que, em muitos momentos, jogou sujo, com panfletos apócrifos a cada dia. Mas nós conseguimos mobilizar a população do Estado, e, com uma campanha de massas, vencemos as eleições. Temos certeza de que, com a liderança de Olívio Dutra, com Miguel Rosseto e com todo o secretariado, do qual fará parte o nosso companheiro, e amigo também, Ver. Clovis Ilgenfritz, o povo do Rio Grande do Sul vai decidir os seus destinos a partir de janeiro de 1999.

Nós vamos implementar o processo do Orçamento Participativo no Estado. Assim, a população terá a oportunidade de governar conosco o Estado do Rio Grande do Sul. O governo, a partir daí, será, realmente, o governo de todo o povo do Rio Grande do Sul. Não será mais, como nos últimos anos, uma estrutura a serviço de uma elite financeira a serviço de grandes empresários gaúchos, brasileiros e até mesmo internacionais. O povo irá governar o nosso Estado.

Aproveito a oportunidade, em meu nome, em nome da nossa Bancada, em nome do nosso Partido, do qual tenho a honra de ser Presidente, para desejar a todos os colegas Vereadores, a todos os funcionários da Câmara, e, principalmente, à população de Porto Alegre um bom 1999.

Sabemos que as perspectivas, para o novo ano, não são nada alvissareiras, nem tranquilizadoras, tendo em vista as medidas que o Governo Federal vem tomando e com certeza tomará. Hoje mesmo os jornais trazem a informação de que o Governo Federal pretende aumentar impostos das empresas. Portanto, a perspectiva é de recessão e mais desemprego. Mas, mesmo assim a luta, a determinação, a garra de todos nós pode fazer com que tenhamos um bom 1999.

É isso que desejo a todos, com saúde, determinação, e que junto com nossas famílias consigamos ter um bom ano.

Quero, também, aproveitar a oportunidade e convidar toda a população de Porto Alegre, a população do Estado que nos assiste, a comparecer a partir das 17h na Praça da Matriz à grande festa popular de posse de Olívio Dutra.

A derrota que o atual Governador está se impondo, agora, em não transmitir o cargo a Olívio Dutra, de maneira nenhuma vai diminuir nossa festa e nossa alegria e ele se derrota uma segunda vez, não tem estatura suficiente para o momento.

Mas, o Governo vai tomar posse com festa e com apoio popular.

Portanto, fica o convite a toda a população de Porto Alegre para estar na Praça da Matriz no próximo dia 1º, às 17h. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Carlos Alberto Garcia em Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje é dia 30 de dezembro, estamos no final do ano de 1998. Aproveitamos a oportunidade para desejar aos colegas Vereadores que estão deixando a Casa: Vera. Maria do Rosário, eleita Deputada Estadual; Ver. Henrique Fontana, eleito Deputado Federal; ao Vereador, que sempre digo que é Presidente, pois foi no primeiro ano de mandato que pude fazer parte da Mesa, como Primeiro Secretário, Ver. Clovis Ilgenfritz, que assumirá a Secretaria de Planejamento do Estado, ao Ver. Gerson Almeida, que vai assumir a Secretaria de Meio Ambiente, e ao Ver. Pedro Ruas, que será o titular da Secretaria de Obras do Estado. Desejamos pleno êxito em sua caminhada a esses cinco Vereadores e tenho certeza de que isso gratifica muito o trabalho dos trinta e três Vereadores desta Câmara Municipal.

Esta Casa cada vez mais se consolida, apesar dos percalços do momento, mas a veracidade dos fatos haverá de provar a seriedade desta Casa, pois sempre fazemos questão de dizer que esta é a Casa do povo.

Aproveitamos a oportunidade, também, para desejar a todos os funcionários da Câmara Municipal, a toda Casa e à população de Porto Alegre pleno êxito no ano de 1999. Desejamos ao Governo Olívio Dutra, do qual o Partido Socialista Brasileiro faz parte, muito sucesso. Sabemos das dificuldades, mas esse era o nosso objetivo, e em cima disso é que os partidos da Frente Popular vão governar nos próximos quatro anos.

Esperamos que o Governo Federal seja mais criativo e que não busque somente o aumento de impostos, mas que use a sua criatividade para diminuir, isso sim, o alto índice de desemprego nunca visto no País, e esperamos que em 1999 as pessoas possam ter acesso ao emprego. É isso que se busca.

De resto, desejamos saúde, prosperidade e felicidade ao povo da nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu acredito que estejamos, hoje, na derradeira Reunião Ordinária desta Comissão Representativa e esta circunstância enseja uma série de situações. Desde logo, quero publicamente dizer que não vou me manifestar sobre a polêmica do dia, já que acredito que esse assunto tenha sido esgotado pela Presidência, na sua manifestação que consubstancia todas as providências determinadas pela Casa, especialmente na reunião dos Líderes, e que se tornou preliminar de uma posição anunciada aqui da tribuna pelo Vereador Líder do PSDB, Cláudio Sebenelo, que encaminha por reunião que hoje se desenvolverá às 15 horas, quando o próprio PSDB pretende produzir apresentação de documentos que darão encaminhamento definitivo a esta situação.

Obviamente que um único registro se faz é que a Casa, diante da situação criada, não está omissa: pelo contrário, está muito presente e respondendo com objetividade diante da situação. Ademais, Sr. Presidente, é preciso que se registre, e o episódio propicia que a Casa não é omissa em coisa nenhuma. Nós somos muitas vezes nivelados com outras Câmara Municipais, ainda pouco o Ver. Adeli Sell acentuava o exemplo de uma Cidade próspera do nosso Estado, onde em poucas horas foram atribuídos pagamentos de remunerações excepcionais a título de recompensa e de retorno por serviços extraordinários feitos durante uma convocação. Convocação que também, aqui ocorreu - na Casa - durante cerca de oito dias, sem que isso tivesse implicado um centavo do dispêndio do erário público, de vez que, até de forma equivocada no meu entendimento, a Lei Orgânica veda qualquer tipo de remuneração para essa situação. Isso é um exemplo de que a Câmara, até em excesso, zela pelo seu reconhecimento, como uma entidade pública que, embuída de um melhor espírito democrático, desempenha as suas atividades, muitas vezes até em regime de penúria econômica dos seus integrantes Tudo isso repercute e justifica as atitudes tomadas.

De outro lado, e não querendo ficar somente neste assunto, as despedidas do Ver. Clovis Ilgenfritz, apresentadas no dia de hoje, nos oportuniza demonstrar, mais uma vez, o que fizemos anteriormente, da confiança que nós temos nos companheiros que, ao longo do tempo, na vivência cotidiana nesta Casa, aumentaram o seu preparo para a vida pública e haverão de prestar ao novo governo que se instala no dia 1º de janeiro a melhor colaboração, no sentido de contribuir para o cumprimento das suas arrojadas metas administrativas.

Por isso, Ver. Clovis Ilgenfritz, leve ao seu companheiro do Primeiro Escalão do Governo Olívio Dutra, - Ver. João Verle, já indicado para a Presidência do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, e para os seus companheiros de atividades pedetistas, Mílton Zuanazzi e Pedro Ruas -, a certeza de que, independente das posições políticas divergentes que temos nesta Casa, nós temos para com V. Exas. o maior apreço, o maior carinho e, de coração, fizemos votos que sejam felizes e obtenham sucesso na administração e na gerência dos segmentos administrativos que ficarão confiados a V. Exas., porque não fariam mais do que a redundância do desejo amplo que nós fizemos a todo novo governo que se instala, independente das nossas idiossincrasia que possam pelo bem do Rio Grande, alcançar seus objetivos.

Finalmente, Sr. Presidente, esse fatos todos que merecem a nossa atenção não podem nos desviar do cotidiano de Porto Alegre, apesar de que a Cidade está mudando sua administração, e que a Secretaria do Meio Ambiente terá, a partir da próxima segunda-feira, um novo titular, o nosso colega Gerson Almeida. Mas algumas coisas se repetem em Porto Alegre e nós não podemos ficar omissos e silenciosos diante disso, por isso, eu conclamo, Ver. Guilherme Barbosa, Líder do PT, zeloso com as coisas do Departamento Municipal de Água e Esgoto, que fique atento para o que me parece uma triste repetição, que esses dias de canícula elevada que já começa a se acentuar, pois já começa a aparecer, aqui e acolá, com as mais variadas explicações, as faltas d’água em pontos isolados da Cidade de Porto Alegre.

Não quero fazer estardalhaço, já discutimos esse assunto em administrações anteriores, e tenho comigo que o DMAE está na exaustão da sua capacidade de atendimento pleno à Cidade de Porto Alegre, o seu atendimento está comprometido. Sobre esse assunto, Ver. Barbosa - e veja que não estou fazendo uma crítica, mas, até, oferecendo uma contribuição para a Cidade - teremos que nos debruçar para verificar qual a extensão dessas dificuldades, que geram essa situação, Ver. João Dib, que tem paixões pelo DMAE que está envelhecendo, e envelhecendo está ficando exausto, e, na exaustão está claudicando em algumas das suas atribuições.

Por isso, quero nesta derradeira manifestação que faço neste ano, além dos cumprimentos que já apresentei aos Colegas que irão ocupar relevantes postos da administração do Estado e da administração do Município, convidar a Casa e provocar, no bom sentido, o Líder do Partido dos Trabalhadores, com a responsabilidade que ele tem, por ser o Líder da maior Bancada da Casa e da Bancada que está no Governo, e, ainda mais, como ex-diretor do DMAE, que busquemos os esclarecimentos adequados que possa nos desfazer as dúvidas enormes que temos presentes, trazendo-nos a convicção de que as coisas irão se encaminhar adequadamente. Caso contrário trabalharmos objetivamente na busca de soluções que permitam ao nosso Departamento Municipal de Águas e Esgoto, que também irá ter novo Diretor, a realizar plenamente os seus objetivos, como é o desejo de todos os Vereadores desta Casa. Porque não é possível que a cada manifestação de calor forte, tenhamos os problemas que estamos identificando, de novo, neste dezembro calorento de 1998, que está terminando.

Um grande Ano Novo, no Governo ou fora dele. Eu, na oposição, V. Exa. no Governo. Era isso.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Senhores Vereadores, antevéspera do ano propõe dentro das tradições que se use a palavra, já no período de recesso, no sentido de fraternidade, de desejar que o ano que se aproxima seja um ano de felicidades, de realizações, de trabalho para a nossa população para a nossa população, para a Casa.

Não poderíamos deixar de comentar, rapidamente, esse acontecimento que a imprensa está divulgando, ele não é inédito na história da Casa, nem dos Parlamentos, nem dos Executivos, são ocorrências que acontecem exatamente porque os Parlamentos, as Casas Legislativas, os Governos são formados de pessoas, independentemente da análise de mérito, pois os seres humanos são falíveis.

Uma das grandes conquistas que está escrita em todos os grandes tratados que vêm orientando os povos, como nas próprias leis constitucionais é o direito ao processo. É uma grande conquista, isso é tão importante como o direito a própria liberdade, a própria vida. Isso significa que toda a pessoa denunciada por este ou por aquele fato tem o direito de ser processada, ou seja, tem o direito do processo que é exatamente o direito de contrapor, de defender-se daquilo que contra essa pessoa se imputa. O direito ao processo é indiscutivelmente uma das conquistas da civilização, uma das conquistas dos tempos modernos que custou, ao longo da História muita luta, muito sangue e muito sacrifício.

Que o próximo ano seja repleto de realizações e traga a todos os seres humanos felicidades, que traga êxito nos mais diferentes setores de atividades. No próximo ano, quando se inicia uma nova administração, não só no País, embora haja uma continuidade na Presidência com o Senhor Fernando Henrique, mas teremos alterações em diferentes Estados como é o caso do Rio Grande do Sul com uma nova administração, uma nova filosofia liderada pelo futuro Governador Olívio Dutra, que é uma pessoa por quem tenho extrema admiração por sua luta, também extensiva a sua esposa. Esse é uma casal que a Cidade conhece, porque são pessoas que se destacaram por seu trabalho, por sua luta, o Olívio, como líder sindical na Prefeitura e, agora, no Governo do Estado. São pessoas que granjearam enorme prestígio na Cidade e no Estado. Desejo que o próximo ano seja generoso em termos de realização. Esse é o desejo da Bancada do PDT, na antevéspera de ano que marcará um novo tempo de realizações para a sociedade de um modo geral. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Visivelmente não temos quórum para prosseguirmos os trabalhos no dia de hoje.

Temos ainda uma Sessão amanhã, mas como é véspera de ano, vou aproveitar esta oportunidade para desejar um bom início de 1999 para os Senhores e Senhoras Vereadores, senhores funcionários e agradecer pelo convívio que tivemos durante este ano de 1998, agradecer aos meus companheiros de Mesa.

Quero desejar boa sorte àqueles que vão exercer agora novas funções fora da Casa, como é o caso do Ver. Clovis Ilgenfritz, nosso companheiro de Mesa, cuja companhia muito nos honrou este ano. Acho que tivemos nas duas Mesas Diretoras, tanto na do ano passado como nesta, a oportunidade de demonstrar como deve ser a administração pública, numa seqüência que vem beneficiar o dinheiro público que é empregado para que este Poder possa continuar sendo sustentado.

Que os Vereadores Maria do Rosário, Henrique Fontana, Gerson Almeida, Pedro Ruas e o Suplente Milton Zuanazzi possam ter boa sorte em suas novas funções e que Deus possa continuar orientando a todos nós com relação a todas as decisões que serão tomadas daqui para a frente. Muito obrigado.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão

 

(Encerra-se a Reunião às 12h16min.)

 

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